domingo, 3 de janeiro de 2016

a minha religião



Passei muito tempo da minha vida tentando entender se eu precisava de uma religião. há quem diga que todo mundo precisa de uma. Há quem diga que religião aprisiona e cega. Há quem diga que não é possível ser coerente e religioso ao mesmo tempo.
Até os 10 anos de idade eu frequentei o centro espírita umbandista que meu tio avô Sebastião mantinha em sua casa. Ele atendia muitas pessoas e era uma pessoa muito iluminada e amada. Agora eu vou falar da minha mãe, e provavelmente, esta será a única vez que você me verá fazendo isso. Ela não encontrava o que procurava num centro de mesa branca. Muitas vezes, ia à outros centros, cartomantes e afins. Sempre me levava junto, e isso desencadeou em mim uma série de transtornos. Eu não dormia, via vultos e sofria demais. Pouco antes de desencarnar, meu avô Sebastião disse que eu era Médium e que precisava cuidar disso, pois não é algo que se pode ignorar. Sobre isso, nada foi feito. Pela minha mãe, foi ignorado, e por mim, uma criança, deixado de lado.
Os anos foram se passando e eu fui conhecendo um pouco de filosofia e lendo sobre religiões. Cheguei a me aproximar de algumas e de fato, elas cegam. Não permitem questionamentos. É triste. Tive uma fase cética também. Os anos foram passando e eu sempre me esbarrava com a filosofia Espírita Kardecista.
São incontáveis as experiências mediúnicas que eu tive ao longo dos meus 30 anos. Quanto menos eu queria acreditar, maiores eram as evidencias.
Em agosto desse ano (2015) tive um surto na farmácia onde eu trabalhava. Foram cerca de 3 horas de psicoses. Quatro pessoas para tentar me controlar e uma tentativa de exorcismo. Acabei num hospital psiquiátrico. Minha ex patroa e meu noivo não permitiram que eu ficasse internada. Levaram-me para a casa para cuidar de mim. Passei a tomar muitos medicamentos, tive que sair do trabalho e, no ultimo semestre de faculdade, me afastei. Consegui concluir, mas isso, graças à força que a coordenadora do meu curso me deu.
Fui diagnosticada com Transtorno Bipolar com fobia social e síndrome do pânico. Por outro lado, muitas pessoas dizendo que meu problema era nitidamente espiritual. Comecei a tratar disso também, pois meus amigos próximos e meu noivo não me deram outra opção se não o fazer.
Estou frequentando um centro Espírita Kardecista, onde passo semanalmente por atendimento fraterno. Assisto a uma palestra, depois tomo passe e em seguida, falo com uma pessoa, que é quem faz o meu atendimento. É como se fosse uma consulta com psicólogo, só que fraterno. Eu posso dizer que está sendo a experiência mais libertadora, esclarecedora e cheia de paz da minha vida. Eu sinto que meu Espírito e meu corpo entram no eixo quando tomo passe e sinto que minha mente se acalma quando passo pelo atendimento fraterno.
Talvez seja cedo para afirmar, mas eu acho que depois dos 30, a minha religião me encontrou.

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